Tempo de produzir

Mesmo o homem de bem prova maus dias enquanto as suas boas ações não produzirem frutos; mas quando amadurecerem as suas boas ações, então provará dias felizes.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A vida nem sempre é como queremos

É muito mais comum acordar de mau humor do que sorrindo e cantarolando feito Beija-flor em manhã de primavera. E quem acorda com o pé esquerdo (pode ser com o direito também, pra mim essa coisa de pé é lenda e comigo nunca funcionou. Se bem que eu nunca reparo com que pé levantei da cama, mas enfim) costuma reclamar inclusive de quem está feliz logo cedo. Reclamar da vida é muito fácil. Dizer que as coisas nunca dão certo pra você, que tudo acontece na hora mais errada e que vai ser sempre assim mesmo, fazer o quê. É muito fácil falar. Confesso já ter dito tantas vezes todas essas coisinhas aqui mencionadas que perdi a conta, essa é que é a verdade. Ser pessimista é realmente muito mais cômodo do que acabar de decepcionando por ter esperado demais, mas quem diz esperar sempre pelo pior guarda no fundo um misto de vontade absurda pelo melhor com o medo da desilusão.

Eu morro de medo de me decepcionar. Morro mesmo, mas não deixo de ser otimista. Muitas vezes realista, e por já ter tomado diversas porradas na vida (trinta e um anos parece que não é nada, mas a vida é minha, só eu posso dizer o quanto cada dia me faz diferença), acabo mesmo soando uma pessimista de marca maior, quando digo já estar acostomada às dores. E não se deve acostumar a elas. Comodismo é o mal parasitário, diz uma música que eu gosto muito com a qual devo concordar: quem se acomoda não tenta, não arrisca, e por isso não sai do lugar. Porque pior que andar pra trás, creio eu, é parar. Quando você insiste no erro, pelo menos há a tentativa, há a vontade de fazer melhor, de mudar, quem sabe. Por mais que erre novamente, independente da razão, quebrar a cara ajuda a crescer. Eu cresci.

Otimista sempre, realista em primeiro lugar. Esperando o melhor, mas tendo plena certeza e conhecimento de tudo que pode acontecer é a chave do sofrimento mais ameno. Não que dor seja algo que possa machucar menos caso você siga certas regras de três, mas conversar com o coração é uma tática que pelo menos comigo funciona. Quer ver? Pensa comigo. Tem alguma coisa que acontece na sua vida com uma certa freqüência, e você já começa a achar que é praga, karma, ou sei lá, perseguição? Só mudam os personagens, mas a situação é a mesma? Comigo acontece, e não é de vez em quando. E é aí que meu diálogo entra.

Coração, calma. Pois é, vai acontecer de novo. Mas faz assim, aproveita as coisas boas e tira uma lição disso tudo. Pode deixar que a cabeça e todas as partes do corpo vão te ajudar nessa, tá? Pois é, saudade vai doer, mas um dia passa. Demora, os olhos são fracos, e podem até chorar junto com você vez ou outra, quando virem alguma coisa que faça lembrar, ou quando os ouvidos escutarem algo que ative a memória. Mas passa. Sempre passou, lembra? Consegue recordar quantas vezes tudo isso já aconteceu e você achando que não ia conseguir superar? Só que conseguiu, e dessa vez não tem porquê ser diferente. Dois pesos fortes - a certeza do tempo, que deixaram os sentimentos menos passageiros, lutando contra a maturidade das experiências já adquiridas. E a coluna fica sem final? Fica. Porque a história ainda não tem um fim. Rosa vermelha

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