Eu morro de medo de me decepcionar. Morro mesmo, mas não deixo de ser otimista. Muitas vezes realista, e por já ter tomado diversas porradas na vida (trinta e um anos parece que não é nada, mas a vida é minha, só eu posso dizer o quanto cada dia me faz diferença), acabo mesmo soando uma pessimista de marca maior, quando digo já estar acostomada às dores. E não se deve acostumar a elas. Comodismo é o mal parasitário, diz uma música que eu gosto muito com a qual devo concordar: quem se acomoda não tenta, não arrisca, e por isso não sai do lugar. Porque pior que andar pra trás, creio eu, é parar. Quando você insiste no erro, pelo menos há a tentativa, há a vontade de fazer melhor, de mudar, quem sabe. Por mais que erre novamente, independente da razão, quebrar a cara ajuda a crescer. Eu cresci.
Otimista sempre, realista em primeiro lugar. Esperando o melhor, mas tendo plena certeza e conhecimento de tudo que pode acontecer é a chave do sofrimento mais ameno. Não que dor seja algo que possa machucar menos caso você siga certas regras de três, mas conversar com o coração é uma tática que pelo menos comigo funciona. Quer ver? Pensa comigo. Tem alguma coisa que acontece na sua vida com uma certa freqüência, e você já começa a achar que é praga, karma, ou sei lá, perseguição? Só mudam os personagens, mas a situação é a mesma? Comigo acontece, e não é de vez em quando. E é aí que meu diálogo entra.
Coração, calma. Pois é, vai acontecer de novo. Mas faz assim, aproveita as coisas boas e tira uma lição disso tudo. Pode deixar que a cabeça e todas as partes do corpo vão te ajudar nessa, tá? Pois é, saudade vai doer, mas um dia passa. Demora, os olhos são fracos, e podem até chorar junto com você vez ou outra, quando virem alguma coisa que faça lembrar, ou quando os ouvidos escutarem algo que ative a memória. Mas passa. Sempre passou, lembra? Consegue recordar quantas vezes tudo isso já aconteceu e você achando que não ia conseguir superar? Só que conseguiu, e dessa vez não tem porquê ser diferente. Dois pesos fortes - a certeza do tempo, que deixaram os sentimentos menos passageiros, lutando contra a maturidade das experiências já adquiridas. E a coluna fica sem final? Fica. Porque a história ainda não tem um fim. 

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